Onde Me Criei casa a palavra escrita com uma metáfora visual inesperada. Pegando na questão da memória, linha que Pedro Carreira de Jesus tem vindo a explorar na sua poesia, o autor fotografou durante vários anos todos os sapatos abandonados que lhe surgiam pelo caminho, encontrando neles a dicotomia perfeita entre presença e ausência. Entre o que desvanece e o que permanece. Recolheu também da rua a maioria das molduras que compõem a presente instalação com o intuito de lhes dar uma nova casa.
A instalação poética Onde Me Criei resgata assim os sapatos ao seu abandono da mesma forma que resgata as memórias ao esquecimento.