A terra resgatada às águas
as mãos resgatadas aos teus bolsos,
enregeladas e tocando
o fio do teu cabelo molhado
que se soltou em movimento
revolto pelo vento.
Sentada em volta da erva,
em revolta vês os búzios,
vês as águas, vês as algas.
O verde envolto feito assento,
acrescento de algo
que te faz falta.
Bocejas um lamento e
o vapor da tua boca
suspira vocábulos vulneráveis,
abafados, vivos a desmaiar.
Um som seco. Voltas-te.
À tua frente tudo é monumento.
O vulto de uma montanha, o
perfil de uma rocha, a fisionomia
de um mar infinito.
Atrás de ti há um estalido mudo e
no barulho inaudível, um novo vulto
se avizinha. O tempo definha feroz.
Na tua voz a véspera de um grito.
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