Um arrepio frio num florir de fim

Nos despojos agonizantes do momento,
no bater do coração já lento,
no dobrar da cabeça e da doença,
no respirar o ar ofegante.
No instante, reduto do minuto e
no último indulto de calor
de repente rarefeito e dolente,
o fluir mórbido, contrafeito
numa caminhada interrompida.
Um arrepio frio num florir de fim
e um frémito efémero e imundo.

A luz letal e electrizante. O desfilar
súbito do mundo. Só num só segundo.

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